Irritada, curvei-me e
comecei a esquentá-la com meu hálito. Eu o esquentava, impaciente, e o milagre
começou a acontecer diante de mim, a um ritmo mais rápido que o natural. O
invólucro se abriu, a borboleta saiu se arrastando e nunca hei de esquecer o
horror que senti então: suas asas ainda não estavam abertas e com todo o seu
corpinho que tremia ela se esforçava para desdobrá-las.
Curvada por cima dela, eu a
ajudava com meu hálito. Em vão era necessário uma paciente maturação e o
desenrolar das asas devia ser feito lentamente ao sol: agora era tarde demais.
Meu sopro obrigava a borboleta a se mostrar toda amarrotada, antes do tempo.
Ela se agitou desesperada e alguns segundos depois morreu na palma da minha
mão..
Aquele pequeno cadáver é, eu
acho, o peso maior que tenho na consciência. Pois, hoje entendo bem isso, é um
pecado mortal forçar as grandes leis.
Não temos que nos apressar,
não ficar impacientes, seguir com confiança o ritmo eterno’’.
"Entrega o teu caminho
ao Senhor, confia nele e ele tudo fará". Salmos 37:5
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